terça-feira, 16 de junho de 2009

Sociedade de Reabilitação Urbana da Nazaré

Por Joaquim Paulo
Os centros históricos da Nazaré estão a morrer. Há cada vez menos gente a viver nas zonas chamadas velhas da vila, o que causa profundos impactos na sociedade local. Deixámos de sentir o pulsar da vida na Praia, no Sítio e, embora com menos impacto, na Pederneira. As pessoas passaram a viver em casas mais cómodas e modernas, mas longe do mar e das nossas raízes. Os nazarenos passaram a viver no pinhal, o que ajudou a descaracterizar ainda mais a nossa terra. A falta de identidade advém muito do local que escolhemos para habitar, da nossa vivência diária, do contacto com as pessoas. É, por isso, urgente voltar a habitar nos centros históricos e a única maneira de o conseguir será através da reabilitação urbana.
Sabemos que o preço por metro quadrado na Nazaré é dos mais altos da região, o que propicia a que os nossos jovens tenham de sair da terra onde nasceram para viverem com dignidade. Sabemos, também, que há muitos prédios devolutos nos nossos núcleos urbanos e que os privados não têm demonstrado a vontade e a disponibilidade financeira para recuperarem os prédios e darem-lhes um novo uso. Nesse sentido, só através da criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana podemos dar a volta ao texto. Trata-se de uma empresa municipal que fará a gestão da recuperação de zonas urbanas, podendo expropriar ou inclusive chegar a um acordo com os proprietários dos prédios, garantindo assim a reabilitação desses edifícios a custos controlados. Só assim poderemos voltar a ter qualidade de vida na Nazaré.

3 comentários:

  1. Paralelamente, há que criar e estimular um verdadeiro mercado de arrendamento que, como sabemos, é muito limitado e muito caro. É por isso que a malta compra em vez de arrendar. Por outro lado, viver na periferia traz vantagens de estacionamento, acessibilidades e, acima de tudo, sossego...

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  2. Estou completamente de acordo com a ideia base do texto. Contudo, paralelamente, dever-se-ia apostar fortemente num mercado de arrendamento digno desse nome. Com rendas acessíveis e com imóveis de qualidade.

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  3. É difícil conseguir uma casa no centro histórico para arrendar ao ano, porque no verão conseguem fazer o mesmo dinheiro que fariam em 12 meses.
    A única forma de alterar isso seria com arrendamento a jovens estudantes que usariam a casa de inverno e a desocupavam de verão, mas para isso era preciso uma universidade e uma escola profissional a sério.

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