quinta-feira, 1 de julho de 2010

Nazaré, Pescadores do Século XX

Por Henrique Silva

No decorrer do século XX a Nazaré era mais do que a mais típica praia de Portugal, a Nazaré alimentava a mitologia do homem do mar, o herói que enfrenta grandes perigos para sustentar a sua família.
A fama do Pescador da Nazaré, começa no século XIX com a narração dos seus feitos por muitos escritores entre eles Raul Brandão e imortalizada no cinema na década de 20 do século XX por Leitão de Barros no filme “Nazaré, Praia de Pescadores” e na década de 40 com o filme “Maria Mar”.
Sem esquecer o livro de Alves Redol lançado em 1959 “Fenda na Muralha”, preparado na Nazaré em que o próprio escritor viveu e conviveu com os pescadores a bordo de um barco do mestre nazareno Zé Broa que mais tarde veio a ter um barco chamado Fenda na Muralha, cujo nome o escritor atribuiu o nome do livro.
O meu projecto tem como objectivo imortalizar estes homens do mar, esta memória de homens valentes que personificam a massa de ser nazareno (nobres, humildes, dignos, destemidos e aventureiros).
A Nazaré como terra piscatória, na minha percepção, tem o dever moral de preservar estes homens para que sirvam de exemplo e inspiração a todos.
Em termos físicos o projecto consistiria na realização de uma obra intitulada “Nazaré, Pescadores do Século XX", dividida em vários temas como por exemplo:

. Mestres e Pescadores do Cerco
. Mestres e Pescadores do Anzol
. Mestres e Pescadores da Arte Xávega
. Mestres e Pescadores dos Galeões

A obra poderia ser editada em livro, dvd ou outro formato.
De realçar a possibilidade de tradução da obra para línguas como o espanhol, francês e inglês aumentando a compreensão sobre a nossa história de quem nos visita, tornando-a naturalmente num veículo exportável para outros países.

“Se não te decides a saber de onde vens, acabas por não ser nada”

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um sonho para a Nazaré

Por Henrique Silva

O programa de hoje será diferente e terá como finalidade apresentar o sonho de cada um de nós sobre o concelho da Nazaré, como nos nossos sonhos desejávamos que o concelho fosse. Não pretendemos apresentar visões baseadas em planos ou obras que estão a ser equacionadas, vamos apresentar o nosso sonho, não é o sonho americano, mas sim o sonho nazareno. Sonhar, imaginar é importante e como dizia Einstein “ A imaginação é mais importante que o conhecimento”.
O meu sonho nazareno, começa com “Era uma vez um concelho onde as pessoas respeitam e vivem as suas tradições, onde há harmonia urbanística que possibilita qualidade de vida e os valores das relações humanas fazem parte do dia-a-dia.
O artesanato (as roupas, como o traje nazareno, bonecas, a recriação dos barcos), estão devidamente valorizados através da certificação e unificação do fabrico, existem muitas lojas de artesanato tradicional que respeitam e comercializam este tipo de artesanato aos turistas que nos visitem, existem locais para ensinar e transmitir estes saberes às gerações mais novas e aos turistas, através de formações de como se faz uma boneca, um barco, o traje…
A gastronomia (como a caldeirada, os sequinhos), a doçaria (como os tá-mares) estão devidamente confeccionadas e vendidos nos restaurantes, existem feiras onde se dá a conhecer os pratos e os restaurantes.
Os pescadores conseguiram perceber que são importantes no concelho, organizaram-se e constituíram uma cooperativa que zela por valorizar o pescado local, a mesma cooperativa comercializa o peixe junto das empresas e possui um local de venda no centro da terra somente com peixe pescado localmente, dando a consumir aos turistas o peixe da Nazaré. A cooperativa, no final do ano distribui os lucros por todos os associados aumentando a qualidade de vida dos pescadores.
A agricultura biológica aumentou na região onde a maioria é consumido e exportado para vários pontos do mundo.
Nos serviços e em particular no turismo, o concelho apresenta uma estratégia bem definida assente na tradição conseguindo aliar-se à modernidade e tornou-se um verdadeiro ponto turístico nacional e internacional. Os profissionais do turismo estão muito bem formados e qualquer pessoa quando entra num estabelecimento ouve logo os “bons dias, como posso ajudar”, ou “o que deseja, por favor”.
Em termos urbanísticos, a harmonia é perfeita, os centros históricos só possuem casas com o máximo de 3 andares, todas pintadas de branco, azul ou amarelo, só utilizam materiais adequados à estética. Lá ao sul, depois da avenida, as casas são diferentes em termos de arquitectura, mas continuam a respeitar as condições mínimas impostas pela câmara (o máximo de 3 andares e respeitar as cores). Lá mais para o sul, existem uma série de hotéis, a grande maioria eco-resorts, construídos com materiais ecológicos e que respeitam a harmonia urbanística da frente do mar.
No centro da Nazaré existe um parque verde imenso, onde as famílias, os turistas podem fazer desporto, passear em família, fazer piqueniques, conhecer a flora da região, existem enormes lagos com barcos de passeio que imitam os barcos tradicionais da Nazaré. As pessoas estão felizes por viver na sua terra.
A solidariedade entre os nazarenos é evidente, há sempre alguém disposto a ajudar o próximo quando este necessita, a partilhar as dificuldades, as alegrias da vida. Os mais velhos são totalmente respeitados por todos, sempre dispostos a ouvir as suas histórias a não deixá-los sozinhos em casa, a tomar conta deles quando estão doentes, estes são valorizados pela sociedade nazarena que soube construir locais onde estes possam transmitir os seus conhecimentos.
Os nazarenos vivem as suas vidas livres, fazem escolhas baseadas no interesse colectivo e não em interesses pessoais menos claros.
Ninguém consegue obter favorecimentos para construir ou desbloquear uma situação porque as pessoas e as instituições regem a sua vida pela transparência e interesse colectivo.
Foi este o meu sonho para a Nazaré e acabo de acordar.

Empresa municipal de turismo

Por Joaquim Paulo

Num momento em que a Câmara anunciou que vai avançar com uma empresa municipal na área do ambiente, fará algum sentido abordar a questão da possibilidade de constituir uma empresa municipal de turismo. A Nazaré é conhecida por ser uma terra peculiar, com tradições arreigadas e que, ao longo do ano, tem um calendário de iniciativas de âmbito local e nacional muito particulares, como a Festa do Homem do Mar, a Páscoa, a passagem de ano. São eventos que se organizam per si, ou seja, não dependem de uma organização profissional, porque a população quase assegura a sua realização. Esse envolvimento pode servir de chamariz para a criação de roteiros turísticos, destinados ao público em geral, mas também a nichos específicos que possam trazer mais-valias económicas para o concelho. No fundo, não se trata de criar uma empresa para apenas organizar os eventos ou criar novos eventos, mas sim uma empresa que faça uma divulgação desses eventos, alguns que já existem no nosso imaginário