terça-feira, 19 de maio de 2009

Marca Turismo Religioso

Por Henrique Silva

O programa Prova do Novos pretende em todos os programas apresentar um projecto para a Nazaré.
Nesta 2ªemissão o projecto que apresentámos intitulava-se Turismo o Ano Inteiro.

Na Nazaré temos uma afluência de turistas sazonais, no período de Verão e agora na passagem do ano.
Uma questão que tem sido central ao longo dos anos e que preocupa os diversos agentes económicos e a própria câmara municipal é de como inverter esta situação e, passar a ter uma afluência de visitantes na Nazaré mais consistente ao longo do ano.

É a esta resposta que a nossa proposta de projecto para a Nazaré, apresentada na 2ª emissão do programa Prova dos Novos da rádio Nazaré pretende responder.

Nós nazarenos e em especial os agentes decisores da nossa terra têm vivido um dilema existencial, entre a Nazaré Antiga e a Nazaré Nova.
Esta nomenclatura e esta divisão cartesiana das coisas tem impossibilitado a harmonia e construção de um presente rico e sustentável para a Nazaré.

Estamos convictos que este binómio antigo/moderno poderá ter consequências muito positivas nos nazarenos em termos de qualidade de vida, identidade nazarena e amor à sua terra, vivendo nela e para ela de uma forma qualitativa e financeiramente estável.

Senão vejamos, e não sendo redutores, pois a Nazaré é uma terra de potencialidades onde quase tudo está por desbravar em termos de captação e fidelização de turistas, um dos projectos que poderia ser desenvolvido seria o do Turismo Religioso.

Aproveitando todo o património arquitectónico religioso existente na Nazaré, o que chamamos materialismo, a forma como a nossa população sempre viveu e continua a viver a religiosidade, o que chamamos imaterialismo.

A Nazaré apresenta inúmeras festas religiosas ao longo do ano, curiosamente nos meses em que há menos afluência de visitantes, criando uma marca de Turismo Religioso da Nazaré esta situação poderia se inverter.

O Turismo Religioso poderia voltar a ser vivido e potencializado a produto turístico, não nos podemos esquecer da importância que o Santuário da Nossa Senhora da Nazaré teve ao longo de muitos anos na perignação de crentes, toda essa importância religiosa e cultural poderá ser revalorizada e reinventada.

Por outro lado existem muito perto da Nazaré, concelhos com quem se poderia formar sinergias muito positivas, como por exemplo Fátima, expoente máximo do Turismo Religioso em Portugal e no mundo.
De igual forma temos Alcobaça, Batalha e Tomar, todos com elevado património arquitectónico religioso e com quem se poderá criar um organismo independente que tivesse como objectivo a preservação e valorização do Turismo Religioso, à semelhança do que aconteceu noutras zonas do país, nomeadamente na zona norte com a criação da TUREL.

De referir igualmente o aumento crescente de "turistas religiosos" que procuram cada vez mais oferta turística com esta vertente, a Embratur, uma empresa brasileira de turismo solicitou uma investigação que foi feita pela Universidade de São Paulo onde ficou demonstrado que existem actualmente 15 milhões de brasileiros a viajar pelo mundo à procura deste tipo de turismo.

Curiosamente um dos maiores pólos religiosos em termos de atracção de turistas no Brasil é o Círio da Nazaré.

Em suma, este projecto passaria pela criação de uma marca Turismo Religioso da Nazaré, aproveitando as mais valias materiais e imateriais existentes na Nazaré, potencializando e valorizando a nossa cultura transformando-o num produto turistico de qualidade e diferenciado assente na vivência natural das nossas gentes para com a religiosidade.
O próprio nome Nazaré apresenta uma enorme importância na religiosidade.

Importa referir que a construção de uma marca é muito mais que a elaboração de um logotipo, um filme publicitário, publicidades , etc...

Criar uma marca é como criar um ser vivo, com o seu materialismo (corpo) e o seu imaterialismo (alma), é importante ter valores e bases sólidas para crescer, desenvolver-se e ter sucesso.

"As marcas são os sonhos dos homens perpetuados na Economia, como os nossos filhos o são na nossa vida".
Carlos Coelho

1 comentário:

  1. Há relativamente pouco tempo descobri na Internet o trabalho de um fotografo das Caldas da Rainha, ou que reside lá. Fiquei encantada com as fotos que tirou da minha (nossa) terra. Como um olhar de fora nos olha, nos descobre e e leva a redescobrirmo-nos.
    Enquanto abria cada fotografia dizia para mim mesma; esta terra é um santuário natural.O promontório é o altar e o mar uma gigante pia de baptismo.
    E é-o em qualquer dia do calendário.

    Com vontades conjuntas é possível marcar passo no sentido de unir Património e Turismo criando a marca de que falam nesta ideia.
    Temos de pensar e cuidar colectivamente do que é nosso (povo) deixando de lado sentimentos de propriedade de uso e divulgação isolada.

    ResponderEliminar